Vinicius Monteiro
Dramaturgos mais velhos pedem fim do preconceito de idade no teatro britânico
Figuras renomadas do teatro britânico defendem a inclusão de escritores com mais de 40 anos em programas e oportunidades, argumentando que a idade não deve ser um fator limitante para a criatividade.
Uma crescente onda de protestos está sacudindo o mundo do teatro britânico, com dramaturgos renomados como Nell Leyshon, Anna Jordan e Rona Munro liderando a campanha contra o "preconceito de idade". Essas figuras influentes argumentam que a expressão "dramaturgo emergente" não deve ser restrita a jovens da geração Z, pois isso exclui talentosos escritores com mais de 40 anos que possuem perspectivas únicas e valiosas.
Em entrevista ao Guardian, Nell Leyshon, romancista e dramaturga, denunciou o "edadismo" como um obstáculo ao progresso de escritores mais maduros. Ela comparou a situação à carreira da consagrada dramaturga Caryl Churchill, demonstrando que a idade não é sinônimo de falta de inovação. "As pessoas podem ter ideias inovadoras à medida que envelhecem", afirmou Leyshon.
A falta de oportunidades para dramaturgos mais velhos é um problema que vem se agravando, segundo os críticos. Muitos escritores que começam mais tarde na vida não contam com o mesmo apoio e infraestrutura que existia no passado. A ausência de diretores literários e programas específicos para essa faixa etária dificulta a entrada desses profissionais no mercado.
No entanto, iniciativas como o projeto Accelerate, da Box of Tricks de Manchester, e o prêmio Christopher Bland, da Royal Society of Literature, demonstram que há um crescente reconhecimento da importância de incluir escritores mais velhos. Ao oferecerem programas de desenvolvimento e premiações para autores com 50 anos ou mais, essas iniciativas incentivam a diversidade de vozes no cenário literário e teatral.
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