Vinicius Monteiro
Alita: Anjo de Combate Crítica
Atualizado: 14 de jun.
Esse texto pode conter possíveis SPOILERS.
Sinopse: Uma ciborgue é descoberta por um cientista. Ela não tem memórias de sua criação, mas possui grande conhecimento de artes marciais. Enquanto busca informações sobre seu passado, trabalha como caçadora de recompensas e descobre um interesse amoroso.
Crítica: A adaptação do mangá 'Alita: Anjo de Combate' de James Cameron, finalmente chega às telas com a ajuda do diretor Robert Rodriguez e da equipe de efeitos digitais de Peter Jackson.
Robert Rodriguez faz um esforço, mas a aventura cyberpunk confusa não pode deixar de se sentir como as sobras frias do escritor e produtor James Cameron. Crucialmente, 'Alita: Anjo de Combate' contém poucos traços do calor, humor e atitude punk que caracterizou a maioria dos primeiros trabalhos de Cameron, e que destaca todos os filmes anteriores de Rodriguez até agora.
'Alita: Anjo de Combate' tem uma trama bem clichê, tipo 'Pinóquio', o que não ajuda na conexão com a história, o filme pode ser uma distração comercial brilhante o suficiente para não prestarmos a devida atenção em sua narrativa frustrantemente fragmentada.
O roteiro é irregular, confuso e sem humor, feito pelo próprio Cameron e Laeta Kalogridis. Há um emaranhado de mistério sobre o assassinato em série e o comércio ilegal de partes do corpo, servindo a um propósito pouco duradouro, a não ser de encurralar Alita, e com isso produzir cenas de ação.
O relacionamento de Alita e Hugo abre a única lasca de investigação filosófica do filme: ela é ciborgue, ele é supostamente humano e se pergunta se é possível que eles se amem. Ambos são reproduzidos tão plasticamente que a questão é discutível.
O maior desafio CGI do filme é misturar a versão digitalmente transformada e com a captura de movimento da performance de Salazar em um elenco de ação ao vivo. Filmes de super-heróis e fantasia fazem isso o tempo todo, e ninguém fez mais para aperfeiçoar essa tecnologia do que Cameron ou Jackson.
Com seus olhos de mangá do tamanho de um pires e rosto de boneca estilizado, Alita às vezes parece ter tropeçado no set de uma produção da Pixar. Mesmo usando efeitos de ponta em um nível técnico tão elevado, a mecânica da personagem ainda parece chocantemente artificial em alguns lugares.
A construção do mundo cyberpunk futurista deixa a desejar, tudo parece meio ultrapassado, parece mais uma representação dos anos 80 tecnológico, do que um universo novo, o figurino do filme deixa isso mais em evidência.
Na segunda metade do filme, quando a trama fica atolada em uma exposição desajeitada, você percebe que já abandonou o longa faz tempo. Com personagens comuns e tropos de gênero cansados, 'Alita: Anjo de Combate' tem seu potencial diminuído.
Nota: 5
Comments